segunda-feira, 4 de junho de 2012

Operários também se revoltam em BH contra trabalho escravo da Camargo Corrêa


Os operários da obra da Camargo Corrêa, no Estrela Dalva/Buritis, entraram em greve na manhã do dia 1/6, depois do flagrante de trabalho escravo ocorrido no dia anterior por uma equipe formada pela Procuradora do Ministério Público do Trabalho, seis Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho e Polícia Federal. A greve aconteceu na obra Camargo localizada no bairro Buritis, na rua Manila,90, uma região rica de Belo Horizonte.

A paralisação foi no canteiro de obras do luxuoso empreendimento da Camargo Corrêa – “Acquaclube” (três torres de 20 andares com 384 unidades – vasta área verde, piscinas, quadras, churrasqueiras, fitness, saunas, salão de festas, etc.) Os operários em greve, em sua maioria foram aliciados na Bahia (cidades de Araci/Serrinha/Coité/Euclides da Cunha). São mais de 25 “gatos”/subempreiteiras que atuam nesta obra prestando serviço para as grandes construtoras Tecco/Camargo Corrêa e que submetem os operários a trabalho escravo e alojamento em situação em situação desumana. Aproveitam do fato desses trabalhadores serem tangidos pelo latifúndio e pela seca de  suas regiões, para impo-los a um regime de escravidão.

A Camargo e suas subempreiteiras se utilizam da fragilidade dos trabalhadores migrantes, do analfabetismo e o grau de desorganização da classe para burlar todos direitos trabalhistas.  Muitos trabalhadores não tem sequer a carteira de trabalho assinada, não batem ponto, não recebem os direitos constantes na Convenção Coletiva de Trabalho, como cesta básica, hora extra 100%, kit higiene, etc. Também são submetidos a trabalho escravo operários de outras grandes e luxuosas obras do Belvedere e Nova Lima, das construtoras Patrimar e Masb.

COM A PARALISAÇÃO, FOI DESCOBERTO QUE NO DIA 12 DE FEVEREIRO FOI ENCONTRADO MORTO DENTRO DA OBRA O OPERÁRIO MARCELO SILVEIRA DA SILVA, 37 ANOS, NATURAL DA CIDADE DE COITÉ, DA BAHIA. A EMPRESA ABAFOU O CASO.

Uma pilha de carteiras de trabalho de operários que já foram demitidos e mandados de volta para a Bahia encontram-se na casa do empreiteiro Marcos Romildo Oliveira – construtora Mudar – “gato” da Camargo Corrêa/Tecco Engenharia. A casa do “gato” Romildo fica na Rua 21, nº46 – Jardim da Eliana – Vespasiano. Os operários são enganados com a promessa que os seus pagamentos serão depositados e acabam ficando sem o dinheiro do acerto trabalhista e sem os documentos. Tudo isso acontece com a cumplicidade da construtora Camargo Corrêa/Tecco Engenharia.

Flagrante de trabalho escravo na Camargo Corrêa, Patrimar e Masb

Na noite desta quinta-feira, 31/5, foi feito flagrante das condições de trabalho escravo por uma equipe formada pela Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Dra. Maria Beatriz, seis Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho e Polícia Federal. Diretores do Sindicato MARRETA também estiveram no local. Foi constatado as condições degradantes e desumanas a que são submetidos os operários terceirizados das grandes Construtoras Camargo Corrêa, Patrimar, Masb e Tecco.

Foram descobertos mais de quinze barracos servindo como precários alojamentos onde foram amontoados trabalhadores utilizados por essas ricas empresas Camargo Corrêa, Patrimar, Masb e Tecco, que edificam prédios de altíssimo luxo no Buritis, Belvedere e Nova Lima, e em outras regiões. Foram verificadas as degradantes condições impostas aos operários: alojamentos em barracos fétidos, totalmente insalubres e inseguros, lotados, com operários dormindo em beliches empilhadas ou até mesmo no chão, tendo que cozinhar parca alimentação, descalços, sem camisa.

Nesses locais não existe nem refeitório adequado, não tem agua potável – os operários usam agua da torneira da pia para beber e cozinhar, na maioria dos barraco só tem um chuveiro e o mesmo é frio. Não há sequer copos nem água potável, os trabalhadores se revezam para utilizar o único banheiro do local e para lavagem de roupas. Os operários não tem fornecimento de roupas de cama, dormem no colchão sem nenhuma coberta ou com molambos, não tem sequer alimentação adequada. Os poucos utensílios existentes, como fogão velho, botijão, etc., é descontado do salário dos trabalhadores.

O operário acidentado, Cosme dos Santos Goes, 21 anos, foi descoberto jogado no precário alojamento sem atendimento médico. Ele está com o calcanhar muito inchado devido acidente de trabalho ocorrido há 9 dias por causa de uma queda de altura de mais de 3 metros, do guarda-corpo da obra, após quebra do assoalho podre quando fazia serviço de limpeza do entulho.

As empresas descumprem a legislação trabalhista pagando salários com valores abaixo da convenção coletiva vigente; os “gatos” obrigam os trabalhadores a assinarem recibos com valores acima do que efetivamente recebem, são descontadas as passagens de vinda para Belo Horizonte e também as de volta, e pelas contas dos “gatos”, em conluio com as grandes empresas, os trabalhadores sempre estão devendo a firma. Os trabalhadores são impedidos de bater o cartão de ponto no caso das horas-extras que são anotadas pelos encarregados a parte e depois sofrem desfalque no pagamento.

A ação de fiscalização foi feita nos becos da favela da RUA ALEXANDRE LEVI, NºS 12 E 73- BAIRRO ESTRELA DALVA – E RUA DONA MARIA FERREIRA, NºS 250 E 345 – BAIRRO HAVAI. A maioria dos trabalhadores foram aliciados e explorados pelo gato Marcos Romildo de Oliveira – Construtora Mudar, sub-empreiteiro da Construtora TECCO e Camargo Corrêa, mas também foram descobertos operários trabalhando nas Construtoras Patrimar e Masb. Foi descoberto que a Patrimar também aloja precariamente, em todas suas obras, 2 ou 3 operários vindos da Bahia, para exercerem seu trabalho durante o dia e a noite funcionarem como vigias. Nas obras da Patrimar não tem vigias contratados.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Operário preso de Jirau denuncia tortura, humilhações e preconceito


Transcrevemos carta denúncia do operário Jonas , empregado da Camargo Corrêa que ficou arbitrariamente encarcerado no presídio de Urso Branco. Ele sofreu torturas e humilhações no presídio, além de preconceito por ser nordestino. A inescrupulosa empreiteira Camargo Corrêa continua perseguindo o operário Jonas e demais trabalhadores de Jirau. Até hoje não foi regularizada a situação trabalhista do Jonas.
“Delegacia de Homicídio
No dia 5 de Abril
Eu Jonas Cordeiro Bessa declaro que fui humilhado e empurrado e ameaçado que se eu não  falasse quem tocou fogo na usina de Jirau, ele ia me levar para o Urso Branco e também fui chamado de vagabundo e de comedor de calango que vem do nordeste.Eu estava passando fome e também fui chamado de terrorista que vem do Maranhão tocar fogo em Jirau.
Eles me empurraram e falaram “quem são essas pessoas que estão na foto?” eu falei que não sabia quem era porque eu não o conhecia  porque eu tenho pouco tempo aqui. Ai eles continuaram falando que em Porto Velho, se eu não falasse, eu ia para o Urso Branco. Eu perguntei o que era o Urso Branco, eles falaram Urso Branco é um presídio. E eu falei porque eu vou para um presídio se eu não matei ninguém, nunca usei droga, nunca roubei nada. Eles falaram que eu colaborei com os vagabundos. Ai eles falaram: “pode falar nua boa, porque você esta na minha casa. Fica calado de cabeça baixa comedor de Calango”. Fui descriminado e eu quero saber porque o nordestino é descriminado tanto por essa pessoa.
Porto Velho, Rondonia”


“Uma declaração de uma dificuldade que eu passei segunda no presídio  eu não tinha colchão para dormir, não tinha lençol, não tinha Kit higiênico. Passei oito dias sem escovar a boca e sem tomar banho. Fui humilhado pelo agente do presídio. Eu estava doente e eu pedi remédio para eles e eles não davam. Falava que não era obrigação deles dar remédio. A comida era tão pouca que não dava para matar a minha fome. Fui empurrado e me colocaram spray de pimenta que eu quase morri de tossir e os meus olhos estavam ardendo do spray de pimenta.
O meu ouvido estava doendo e não foi colocado nenhum tipo de remédio. Eu estou surdo de um, o esquerdo, porque eles não me deram remédio para colocar no ouvido.
Jones Cordeiro Bessa
Porto Velho, Rondônia
28 de maio de 2012″



GREVE CONTRA TRABALHO ESCRAVO NA CAMARGO CORREA BELO HORIZONTE


Paralisação contra o trabalho escravo na obra da Camargo Corrêa no bairro Buritis
Operários recebem a Convenção Coletiva de Trabalho para garantir seus direitos
Os operários da obra da Camargo Corrêa, no Estrela Dalva/Buritis, entraram em greve na manhã de hoje, depois do flagrante de trabalho escravo ocorrido ontem (31/05) por uma equipe formada pela Procuradora do Ministério Público do Trabalho, seis Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho e Polícia Federal. A greve acontece nesse momento e a obra fica localizada no bairro Buritis, na rua Manila,90.
A paralisação é no canteiro de obras do luxuoso empreendimento da Camargo Corrêa – “Acquaclube” (três torres de 20 andares com 384 unidades – vasta área verde, piscinas, quadras, churrasqueiras, fitness, saunas, salão de festas, etc.) Os operários em greve, em sua maioria foram aliciados na Bahia (cidades de Araci/Serrinha/Coité/Euclides da Cunha). São mais de 25 “gatos”/subempreiteiras que atuam nesta obra prestando serviço para as grandes construtoras  Tecco/Camargo Corrêa e que submetem os operários a trabalho escravo e alojamento em situação em situação desumana.
Muitos trabalhadores não tem sequer a carteira de trabalho assinada, não batem ponto, não recebem os direitos constantes na Convenção Coletiva de Trabalho, como cesta básica, hora extra 100%, kit higiene, etc. Também são submetidos a trabalho escravo operários de outras grandes e luxuosas obras do Belvedere e Nova Lima, das construtoras Patrimar e Masb.
COM A PARALISAÇÃO, FOI DESCOBERTO QUE NO DIA 12 DE FEVEREIRO FOI ENCONTRADO MORTO DENTRO DA OBRA O OPERÁRIO MARCELO SILVEIRA DA SILVA, 37 ANOS, NATURAL DA CIDADE DE COITÉ, DA BAHIA. A EMPRESA ABAFOU O CASO.
Uma pilha de carteiras de trabalho de operários que já foram demitidos e mandados de volta para a Bahia encontram-se na casa do empreiteiro Marcos Romildo Oliveira – construtora Mudar – “gato” da Camargo Corrêa/Tecco Engenharia. A casa do “gato” Romildo fica na Rua 21, nº46 – Jardim da Eliana – Vespasiano. Os operários são enganados com  a promessa que os seus pagamentos serão depositados e acabam ficando sem o dinheiro do acerto trabalhista e sem os documentos. Tudo isso acontece com a cumplicidade da construtora Camargo Corrêa/Tecco Engenharia.
Flagrante de trabalho escravo na Camargo Corrêa, Patrimar e Masb
Na noite desta quinta-feira, 31/5, foi feito flagrante das condições de trabalho escravo por uma equipe formada pela Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Dra. Maria Beatriz, seis Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho e Polícia Federal. Diretores do Sindicato MARRETA também estiveram no local. Foi constatado as condições degradantes e desumanas a que são submetidos os operários terceirizados das grandes Construtoras Camargo Corrêa, Patrimar, Masb e Tecco.
Foram descobertos mais de quinze precários alojamentos onde estão amontoados trabalhadores utilizados por essas ricas empresas Camargo Corrêa, Patrimar, Masb e Tecco, que edificam prédios de altíssimo luxo no Buritis, Belvedere e Nova Lima, e em outras regiões. Foram verificadas as degradantes condições impostas aos operários: alojamentos em barracos fétidos, totalmente insalubres e inseguros, lotados, com operários dormindo em beliches empilhadas ou até mesmo no chão, tendo que cozinhar parca alimentação, descalços, sem camisa.
Nesses locais não existe nem refeitório adequado, não tem agua potável – os operários usam agua da torneira da pia para beber e cozinhar, na maioria dos barraco só tem um chuveiro e o mesmo é frio. Não há sequer copos nem água potável, os trabalhadores se revezam para utilizar o único banheiro do local e para lavagem de roupas. Os operários não tem fornecimento de roupas de cama, dormem no colchão sem nenhuma coberta ou com molambos, não tem sequer alimentação adequada. Os poucos utensílios existentes, como fogão velho, botijão, etc., é descontado do salário dos trabalhadores.
O operário acidentado, Cosme dos Santos Goes, 21 anos, foi descoberto jogado no precário alojamento sem atendimento médico. Ele está com o calcanhar muito inchado devido acidente de trabalho ocorrido há 9 dias por causa de uma queda de altura de mais de 3 metros, do guarda-corpo da obra, após quebra do assoalho podre quando fazia serviço de limpeza do entulho.
As empresas descumprem a legislação trabalhista pagando salários com valores abaixo da convenção coletiva vigente; os “gatos” obrigam os trabalhadores a assinarem recibos com valores acima do que efetivamente recebem, são descontadas as passagens de vinda para Belo Horizonte e também as de volta, e pelas contas dos “gatos”, em conluio com as grandes empresas, os trabalhadores sempre estão devendo a firma. Os trabalhadores são impedidos de bater o cartão de ponto no caso das horas-extras que são anotadas pelos encarregados a parte e depois sofrem desfalque no pagamento.
A ação de fiscalização foi feita nos becos da favela da RUA ALEXANDRE LEVI, NºS 12 E 73- BAIRRO ESTRELA DALVA – E RUA DONA MARIA FERREIRA, NºS 250 E 345 – BAIRRO HAVAI. A maioria dos trabalhadores foram aliciados e explorados pelo gato Marcos Romildo de Oliveira – Construtora Mudar, sub-empreiteiro da Construtora TECCO e Camargo Corrêa, mas também foram descobertos operários trabalhando nas Construtoras Patrimar e Masb. Foi descoberto que a Patrimar também aloja precariamente, em todas suas obras, 2 ou 3 operários vindos da Bahia, para exercerem seu trabalho durante o dia e a noite funcionarem como vigias. Nas obras da Patrimar não tem vigias contratados.