terça-feira, 5 de março de 2013

Camargo Corrêa/ESBR abandonam operários de Jirau e os impede de retornar para casa

                                        


Pelo menos 14 trabalhadores dispensados pela exploradora construtora Camargo Corrêa, contratada para a execução das obras da Usina Hidrelétrica Jirau, em Rondônia, são reféns do desrespeito, da irresponsabilidade e do pouco caso da empreiteira, do Consórcio Energia Sustentável do Brasil – ESBR e do governo federal.
Eles, que tinham a promessa da Camargo Corrêa de passagens reservadas para retornarem para suas cidades de origem, ao se dirigirem aos guichês das empresas de ônibus foram informados de que “não há vagas”, ou que “o nome não consta da lista enviada pela empresa”.
“Passei o Natal longe da minha família, e tudo indica que o Ano Novo vai ser igual”, declarou o mecânico industrial Luzinaldo de Sousa, de Belém – PA, ao portal G1-Rondônia, em 27 de dezembro.
Luzinaldo teve seu contrato rescindido no dia 14 de dezembro, e foi informado pela Camargo Corrêa que a sua passagem de volta para casa estaria reservada para o dia 20 de dezembro, mas quando foi retirar sua passagem a realidade era outra:“Quando cheguei lá [na empresa], me informaram que tinha sido transferida pro dia 24, mas até agora nada”, protestou.
Cansado de enrolação, o operário Claudio Alves, de São Paulo, desembolsou cerca de R$ 1,5 mil em uma passagem de avião, agendada para o dia 3 de janeiro.
Os operários abandonados pela Camargo Corrêa também denunciaram que, durante os dias em que aguardavam as passagens, ficaram sem alimentação.  “No Natal nós só comemos porque o dono do restaurante mandou as marmitas por conta própria, se não tínhamos ficado sem”, protestou Jean de Moraes, armador, de Belém.
Até o dia 28 de dezembro, os 14 operários continuavam abandonados em um hotel no centro de Porto Velho, o que faz recordar a situação revoltante e desesperadora de outros mais de  80 operários, que ficaram por mais de 7 meses abandonados pela  empresa WPG/ESBR no Hotel Guajará – Rua Miguel Chakian, 148 – também no centro de Porto Velho – e que ao final tiveram a alimentação cortada e suas malas jogadas na rua, no final do mês de abril de 2012.
Os 80 trabalhadores da WPG encontravam-se recolhidos ao hotel por decisão judicial, após o sumiço do dono da WPG, Julio Cesar Schmidt, que desde setembro de 2011 os havia abandonado na área de desmatamento da usina hidrelétrica de Jirau, sem pagamento de salários e sem acerto rescisório.
Devido ao conluio do Sticcero (sindicato dos Trabalhadores da Construção de Rondônia) com o consórcio ESBR, após o julgamento da ação no final de abril de 2012, os operários foram desalojados do hotel e ficaram sem receber os direitos trabalhistas, pois o advogado do Sticcero havia pedido o enquadramento da ESBR como responsabilidade subsidiária, o que prolongou a demanda judicial.  Apenas foi concedida as passagens para o regresso dos trabalhadores a suas casas.
O consórcio ESBR, Camargo Corrêa e demais empresas bilionárias de Jirau continuam a desrespeitar e a submeter os trabalhadores a todo tipo de maus tratos, apesar dos recursos  fabulosos que recebem  do governo. O orçamento inicial da obra que era de cerca de R$ 10,5 bilhões, foi aumentado para R$ 15,7 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu financiamento deR$ 9,5 bilhões, equivalente a 60,8% do investimento total do projeto. Apesar dessas quantias astronômicas oriundas do erário (leia-se, arrancados dos bolsos do povo através de inúmeros impostos) as obras bilionárias das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, já receberam mais de mil autuações da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Rondônia (SRTE/RO) por descumprimento da legislação trabalhista e os operários continuam a ser maltratados e humilhados.

Exigimos o cumprimento imediato dos direitos dos operários abandonados pela Camargo Corrêa!
Exigimos a reparação financeira e moral desses trabalhadores!
Abaixo os cativeiros de trabalhadores que são as obras do PAC!

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